quarta-feira, 3 de março de 2010

A eterna duvida...

Já aconteceu a toda a gente ter duvidas sobre o que fazer, duvidas essas muitas vezes provocadas por experiencias anteriores, que fazem com que não consigamos ter a certeza do caminho a seguir. O que devemos fazer então? Deixar-nos levar pelo medo que volte a acontecer tudo de novo? Esquecer tudo o que está pra trás e pensar que desta vez vai ser diferente? E se não for diferente, conseguiremos voltar a passar por tudo de novo enquanto pensamos que podiamos ter tomado a decisão certa mas não o fizemos? Qual será a escolha mais acertada, o acaso ou a razão? Álvaro de Campos responderia:

"No acaso da rua o acaso da rapariga loira.
Mas não, não é aquela.
A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
Perco-me subitamente da visão imediata,
Estou outra vez na outra cidade, na outra rua,
E a outra rapariga passa.
Que grande vantagem o recordar intransigentemente!
Agora tenho pena de nunca mais ter visto a outra rapariga,
E tenho pena de afinal nem sequer ter olhado para esta.
Que grande vantagem trazer a alma virada do avesso!
Ao menos escrevem-se versos.
Escrevem-se versos, passa-se por doido, e depois por génio, se calhar,
Se calhar, ou até sem calhar,
Maravilha das celebridades!
Ia eu dizendo que ao menos escrevem,-se versos...
Mas isto era a respeito de uma rapariga,
De uma rapariga loira,
Mas qual delas?
Havia uma que vi há muito tempo numa outra cidade
Numa outra espécie de rua;
E houve esta que vi há muito tempo numa outra cidade,
Numa outra espécie de rua;
Por que todas as recordações são a mesma recordação, tudo que foi é a mesma morte,
Ontem, hoje, quem sabe se até amanhã?
Um transeunte olha para mim com uma estranheza ocasional.
Estaria eu a fazer versos em gestos e caretas?
Pode ser... A rapariga loira?
É a mesma afinal...
Tudo é o mesmo afinal...
Só eu, de qualquer modo, não sou o mesmo, e isto é o mesmo também afinal."
Acaso, por Álvaro de Campos
Percebem agora? Será a rapariga loira diferente? Serei só eu diferente? Ou voltará a ser tudo o mesmo...?
E é esta a minha eterna duvida, seguir a razão que me protege de voltar a sofrer o mesmo ou acreditar que o acaso tornará tudo diferente???

2 comentários:

  1. nao percebi patavina do raio do texto mas tb sendo de kem é, coitado do homem devia ter problemas de indentidade, mas passando a frente, se calhar tb n percebi pk sou loira!! mas ok!
    mas que raio de duvidas existenciais tens tu?? a tua sorte é que eu n tou a conseguir entrar no MSN senao tavas tramadita! mas eu ja vou ver se consigo ir ver que raio se anda a passar ctg! bjx** te ja!

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  2. Primeiro o homem não tinha problemas de identidade, tinha problemas com o absinto (talvez por isso eu perceba tão bem os textos deles). Segundo não percebeste o texto ou porque o leste depressa demais ou então é mesmo porque és burra XD (ser loira n é desculpa). Terceiro não se insultam os grandes genios dizendo que tinham problemas, o einstein também era apanhadinho e ninguém diz nada. XD (gostaste da minha revolta literária?)

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